O desafio é não cair
Viver na base do risco, aventurar-se, estar sempre, conscientemente, na corda bamba. O que fazer ou o que pensar quando a realização de um sonho envolve um perigo eminente? Quando a prática da atividade que lhe dá prazer exige riscos de vida? Desde esportes radicais até diversas modalidades de estilos de vida, é sempre delicado conviver com a necessidade de ter equilíbrio – e aí estou, sim, usando o termo em todos os sentidos metafóricos possíveis.
É nessa perspectiva que viveu Philippe Petit, um francês doido que teve como maior feito montar, clandestinamente, uma corda de aço entre as duas torres gêmeas (antes do atentado, claro) e se equilibrar nela, ficando “lá em cima” durante, aproximadamente, 30 minutos.
A aventura e todos os seus preparativos são mostrados com competência e criatividade no documentário “O Equilibrista”, de James Marsh, que, aproveito a oportunidade, indico com entusiasmo para vocês, especialmente para o meu amigo Gabriel Pipolo.
Abaixo o trailer, seguido de um poema que considero muito especial do Francisco Bandeira de Mello.
O equilibrista
Francisco Bandeira de Mello
Tocávamos clarinete na corda bamba
subíamos às altas torres do Egito
passeávamos de pára-quedas
no sol sem fim dos dias de fogo
subíamos à capota do avião
por cima das nuvens
recitávamos poemas à lua
tocando nela.
Andávamos nos parapeitos dos edifícios
de um pé só na balaustrada dos abismos
não caíamos dos fios metálicos do circo
andando de cabeça para baixo
nem do alto da torre Eiffel correndo sonâmbulo.
Só na vida é que não nos equilibrávamos.
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13/03/2010 às 14:30
Exhilarating mesmo!
04/03/2010 às 12:45
O cara é doente. Se ele só andasse pela corda, até ia. Mas o cara ainda fica brincando: pula, tira um pé, deita no cabo. Um dia vou aprender a fazer isso.